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Expectativa de mudança de rumos na política energética

roberto imagesA primeira estimativa para a safra 2014/2015 no MS, apresentada pela Biosul aponta um crescimento de 6,7% em cana, indicando uma disponibilidade de 44,3 milhões de cana para a moagem da safra que se inicia. Apesar de ser um volume inédito no estado, o número não embute otimismo. O crescimento é resultado do fato de que existem diversas unidades no Estado que ainda não atingiram a maturidade de seus projetos.
Depois de enfrentar quatro safras consecutivas com problemas climáticos, como falta e excesso de chuvas e uma das piores geadas nos últimos 30 anos, que trouxeram índices de produtividade agrícola bem abaixo das médias já combalidas da Região Centro/Sul, espera-se uma produtividade agrícola de 65 toneladas por hectare, quase idêntico ao da safra anterior. O ATR pode recuperar de 125 kg/tc para 133,2 kg/tc, resultado de esforço do setor com tratos agrícolas para minimizar as perdas por conta do clima. Devem ser produzidos 2,44 bilhões de litros de etanol, aumento de 9,7%. O anidro tem maior aumento, uma tendência que lamentavelmente tem permeado o setor face à política federal que incentiva o consumo de gasolina em detrimento do etanol. Devem ser produzidos 668 milhões de litros, um aumento de 13,9%. Para o hidratado é estimada uma produção de 1,79 bilhão de litros, aumento de 8,2%.
O açúcar tem uma recuperação de 19%, passando de 1,37 para 1,63 milhão de toneladas. No entanto, esse aumento deve-se ao fato de que a produção da safra anterior teve redução importante por conta do efeito da geada no ATR da cana. O número estimado ainda está abaixo do potencial do Estado, que já produziu 1,74 milhão de toneladas.
O MS continua se destacando na bioeletricidade exportada para o SIN – Sistema Interligado Nacional, com uma perspectiva de fornecimento de 2.182 GWh.
Em área, a cana ocupa 808 mil hectares, uma expansão de 11%, sem nenhuma necessidade de desmatamento. Mato Grosso do Sul tem cerca de 8 milhões de hectares disponíveis em áreas de pastagens subaproveitadas.
O setor tem feito o seu papel, investindo pesado em expansão e na recuperação de seus canaviais. Mas não espera apenas mais cana por hectare e ATR por tonelada. A expectativa vai na direção de uma mudança de rumos na política energética do governo federal, que insiste em sujar a nossa matriz energética, em detrimento do etanol e da bioeletricidade.

ROBERTO HOLLANDA FILHO, é Presidente da Biosul
Artigo publicado no CANAL-JORNAL DA BIOENERGIA
www.canalbioenergia.com.br

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